As dez virgens da parábola proposta por
Jesus em Mateus 25.1-13, representam duas fases da nossa vida espiritual. A
fase da vigilância, da preparação, da esperança e até mesmo da ansiedade pelas
coisas espirituais, e a fase da dormência, do despreparo, do descaso e até do
abandono, que caracterizam um estado espiritual decadente. Dessas fases podem
decorrer o alcance da glória de Deus ou a rejeição final: Ap 20.15. Com este
mesmo ensino há outras parábolas que devem ser observada. Necessário se faz
notar que havia nas dez uma "semelhança" com o reino de Deus. As
prudentes se assemelhavam mais do que as néscias. Todavia as prudentes alcançaram
o prêmio da sua dedicação e preparação, entrando para as bodas.
As outras foram rejeitadas. Embora fossem
assim todas virgens, todas damas de honra, as néscias não valorizaram o convite
a ponto de prever uma "demora" do noivo e a necessidade de levar
bastante azeite para as lâmpadas, isto é, de manter a perseverança e a fidelidade
doutrinária (2 Pe 3.4)', igrejas há que continuam pregando o Evangelho,
promovendo estudos bíblicos, realizando congressos de mocidade, mas estão
inteiramente afastadas das doutrinas básicas que demonstram a real
transformação que o crente recebe ao aceitar a Cristo. Já não praticam as "primeiras
obras", Ap 2.3-5. As lâmpadas estão "acesas", mas as
vasilhas estão vazias.
Muitos perguntam se haverá arrependimento
depois do arrebatamento da Igreja. Acreditamos que sim, mas mesmo que haja,
ele será tardio com relação à participação das bodas, pois, a nosso ver, a
porta estará fechada: 1 Co 15.51-54; 1 Ts 4.15-17. Alguns comentadores acham
que era costume ter-se moças durante um casamento que seguravam lâmpadas e
cuidavam para que estivessem sempre acesas, provindo daí o maior brilho da
festa. A maior alegria da igreja deve provir também do seu maior brilho
espiritual.
Sobre o noivo tardar, acreditamos que a
longanimidade de Deus espera que cada um se prepare em tempo e não na última
hora. Ouviu-se um grito: é a trombeta de Deus que soará ajuntando o povo,
seguida do alarido que caracterizará a alegria das bodas: 1 Co 15.52; 1 Ts
4.16. Lembremo-nos de que esse grito - essa trombeta - não é para preparação,
mas para sair ao encontro do noivo, num abrir e fechar de olhos. Tentar
"comprar azeite" depois disso será pura perda de tempo. Voltando à
questão da semelhança com o reino, queremos lembrar que há igrejas muito
"semelhantes" com a Igreja de Deus. Fazem tudo muito parecido, e
quem olha de fora não percebe a disparidade entre ambos, não vê a diferença
entre a verdadeira igreja e as apenas semelhantes. Isto tem levado muitas
pessoas a perder tempo em igrejas que não produzem o novo nascimento de seus
seguidores. Não os ensina a deixar o pecado, a vaidade, os maus costumes.
Durante anos a fio, essas pessoas continuam enganadas, pensando que o
"azeite" é suficiente e a sua decepção será horrível, quando
constatarem o engano. A cena será indescritível.
Após o sumiço dos que foram com o noivo,
pelo arrebatamento, muitos procurarão examinar as Escrituras na tentativa de
encontrar apoio para novamente fazerem parte do reino de Deus e poderão até
provocar a própria morte pela pregação ostensiva do Evangelho. A agonia será
tremenda, por constatarem que a oportunidade passou. A lição final é que
devemos estar, não somente preparados mas avivados, esperançados, cheios do
Espírito Santo, aguardando a vinda do Senhor.
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